
Às vezes, estando uma pessoa num daqueles momentos de introspecção que só se atingem raras vezes por dia damos por nós a reflectir sobre os temas mais triviais da nossa vida quotidiana bem como acerca de outros temas não tão curriqueiros que nos apoquentam o espírito e nos consomem o cérebro.
Temos muito em que pensar e à medida que a idade adulta se inscreve no nosso corpo como uma série de agulhas de acupunctura mais são as ralações que tomam conta do nosso espírito. Ora a prestação da casa, ora o trabalho, ora a porcaría do carro que tem que ir outra vez à inspecção, ora o amor. Pois é: o amor.
Ao olhar para o urinol desgastado e sujo lembrei-me exactamente do amor. Dirá o excelso leitor ou leitora: -Que pensamento romântico... o amor e um mictório, aínda por cima sujo! - Mas é verdade. Ao olhar para o referido objecto dei por mim a conjecturar não sobre a imundice do amor (que também é bonito, é) mas sim sobre o grafismo da ideia que se construíu na minha cabeça em relação às transformações que o amor sofre ao longo da nossa vida e que posso resumir em duas ou três linhas.
No início tudo é belo, limpinho e perfumado, a brilhar, mas com o passar dos anos, sobretudo se não for esfregado ou arejado, o amor tende a amarelecer e a ganhar cheiros menos agradáveis até que acaba por ficar negro, tal e qual uma casa de banho rasca de uma qualquer tasca imunda.
Mas fica sempre algo. Quanto mais não seja fica a estrutura, aquilo que deu início ao amor, tal como um urinol que quando não é limpo, ou é mal limpo, fica desgastado pelo tempo e pela corrosão ácida, assim é o amor.
A higiene no amor é, por isto, fundamental. É necessário arejar e limpar constantemente as arestas da vida para que o amor não se torne pútrido e amarelo sob o risco de que se não o fizermos iremos ter muito mais trabalho a esfregar a sujidade entranhada e nem o CIF limão, a lexívia Javisol ou mesmo o Sonazol são suficientes para trazer à nossa vida a alegría perfumada que é, afinal de contas, O AMOR!
1 comentário:
OH Camarada Zippo, isto do amor esta-te mesmo dar volta ao miolo, pode ate ser poetico, erudito, mas não occorre a ninguem, a não ser que esteja extremamente afectado, que a seta de cupido tenha realmente feito estragos, se lembraria de comparar o amor a um urinol.
Camarada, tu cuidade, isso esta mal.
Abraço- C.Biteto
Enviar um comentário